A seca que tem assolado Mato Grosso levou 12 municípios do estado a decretarem situação de emergência no último mês, devido ao comprometimento do abastecimento de água.
Segundo informações do Diário Oficial dos Municípios, entre o dia 1º de agosto e esta segunda-feira (02), as cidades de Água Boa, Apiacás, Cáceres, Chapada dos Guimarães, Glória d’Oeste, Jangada, Juara, Juscimeira, Nova Bandeirantes , Nossa Senhora do Livramento, Rondolândia e São José dos Quatro Marcos tomaram essa medida.
Os decretos emergentes incluem diversas ações, como a mobilização de autoridades para conscientização e controle, a convocação de voluntários, além da dispensa de licitação para contratações urgentes.
Em algumas cidades, como Cáceres, Juara, Jangada e Nova Bandeirantes, houve também a imposição de restrições ao uso da água, com a exclusão de lixos, incluindo a lavagem de calçadas e veículos.
O período chuvoso reduzido em 2024 e os danos no setor agrícola e agropecuário são citados como justificativas para os decretos.
A crítica situação hídrica na Bacia do Paraguai, destacada pela Agência Nacional de Águas (ANA) em maio, também foi considerada por municípios como Nossa Senhora do Livramento e Cáceres. A validade dos decretos varia entre 90 e 180 dias.
Cáceres, enfrenta mais de 100 dias sem chuva. O prefeito Odenilson José da Silva destacou que a falta de chuva está comprometendo a recarga dos mananciais, afetando o abastecimento de água em bairros. Ele ainda proibiu o desperdício de água até que a situação se normalize.
Em Juara, o prefeito Carlos Sirena também impôs restrições ao uso da água, exceto para ações públicas de manutenção e melhoria da qualidade do ar. A validade do decreto é de 90 dias.
Juscimeira, também enfrentou mais de 100 dias sem chuvas, com o desabastecimento afetando principalmente os assentamentos rurais. O prefeito Moisés dos Santos declarou que a situação se agravou e decretou medidas válidas por 90 dias.
Em São José dos Quatro Marcos, o prefeito Jamis Silva Bolandin relatou dificuldades no atendimento à demanda de água potável, mesmo com a utilização de caminhões-pipa, que estão sobrecarregando o orçamento municipal.
Nova Bandeirantes, enfrenta desafios semelhantes, e o prefeito César Augusto Périgo autorizou o uso de equipamentos públicos para construir bebedouros para animais.
A prefeita Gheysa Maria Bonfim Borgato, de Glória d’Oeste, alertou que uma seca prolongada tem gerado danos severos ao meio ambiente, além de prejuízos à vida social e econômica do município, com perdas na safra, mortalidade de animais e desertificação faça sozinho.
Essas ações refletem o cenário crítico enfrentado pelos municípios de Mato Grosso, com medidas emergenciais para mitigar os efeitos da escassez hídrica e de preservação ou bem-estar da população local.