Juara – Mato Grosso

14 de fevereiro de 2025 02:01

É grave: Justiça Determina Retirada de Milho no Confinamento Ramax e Pecuaristas Temem Morte de Animais no Confinamento. Entenda o caso

Na manhã desta segunda-feira, 13, a reportagem da Rádio Tucunaré participou de uma entrevista coletiva no confinamento Ramax, localizada no município de Novo Horizonte do Norte, às margens da rodovia MT-338, a cerca de 16 km de Juara.

Uma coletiva reuniu a imprensa para tratar de um impasse jurídico que ameaça a alimentação de 7 mil cabeças de gado confinadas na empresa, gerando grande preocupação entre gestores e produtores rurais.

O problema começou quando a justiça autorizou a retirada do milho adquirido pelo confinamento de um produtor local. A empresa credora enviou caminhões para buscar o milho na Ramax e a notificação judicial foi realizada nessa manhã pela Oficial de Justiça de Juara Dirce, que não quis gravar entrevista .

Apesar de a compra ter sido feita com nota fiscal e pagamento registrado, a origem do grão não é centro de uma disputa judicial entre o vendedor e uma outra empresa credora.

A gerente do confinamento, Querlei Ebling, expressou a gravidade da situação ao detalhar os prejuízos que a retirada pode causar.

Compramos o milho de boa fé, com toda a documentação em ordem, e já utilizamos parte dele para alimentar os animais. Contudo, recentemente, fomos abordados por um mandato de arrombamento e apreensão. Eles retirando o milho do nosso estoque, deixando a alimentação dos animais comprometida. Estamos de mãos amarradas, recorrendo à justiça enquanto buscamos apoio de parceiros e produtores para enfrentar esse cenário”, relatou Ebling.

A retirada do milho não é apenas uma questão jurídica, mas também de bem-estar animal e impacto econômico.

O confinamento é responsável por movimentar a economia da região, gerando empregos e garantindo a produção pecuária. “Estamos sendo acusados ​​injustamente por um erro que não cometemos. A situação afeta não apenas a Ramax, mas também produtores que dependem de nossos serviços. Se o milho for totalmente retirado, será um prejuízo incalculável”, destacou Ebling.

O impacto da decisão judicial vai além do confinamento Ramax. Produtores rurais que possuem animais não apresentam indignação e preocupação locais com a situação. Fernando Zanatta, produtor da região, destacou as consequências da falta de alimentação para os bovinos confinados.

É um sentimento de preocupação. Temos uma parceria de anos com a Ramax, que sempre foi exemplar em seus compromissos. O problema é que 90% da alimentação dos animais é baseada no milho, e sem esse insumo, a situação pode se agravar, levando até à morte dos bois. Como produtor, isso é angustiante, porque os prejuízos se acumulam, desde a compra de ração até o frete para realocar os animais, se necessário”, afirmou Zanatta.

A complexidade do caso é agravada pelo momento atual, já que o milho está em entressafra, dificultando a configuração do grão. Zanatta reforçou que o milho sendo retirado já foi destinado à alimentação e que o grão consumido anteriormente não tem relação com a disputa judicial. “É frustrante saber que a justiça não está considerando o bem-estar dos animais, que dependem desse milho para sobreviver. Se o gado precisar ser retirado, haverá um prejuízo muito maior para todos nós.”

Outro produtor, Moacir Pinheiro Piovesan, conhecido como Baixinho Piovesan, também expressou sua indignação. Ele reforçou o impacto negativo para os produtores e para a economia regional.

O Ramax é um parceiro confiável, que gera empregos e movimenta nossa economia. É injusto ver uma empresa sólida como essa é prejudicada por uma situação que não é de sua responsabilidade. Estamos vendo nosso gado correr o risco de ficar sem alimentação. Isso não afeta só nós, mas toda a cadeia produtiva da região”, explicou.

Piovesan também ressaltou que os animais confinados não têm outra alternativa de alimentação, pois o sistema de confinamento depende exclusivamente de ração, especialmente milho. “Se precisar tirar os bois daqui, haverá um prejuízo irreparável. Muitos desses animais já estão em fase final de engorda e transferência para pasta seria inviável. A justiça deveria considerar o impacto disso não apenas para os produtores, mas para os próprios animais, que dependem de alimentação regular para sobreviver”, enfatizou.

O caso está sendo acompanhado de perto pela equipe jurídica da Ramax, que tenta reverter a decisão judicial enquanto busca apoio da sociedade e das autoridades competentes. Para os gestores e produtores, o apelo principal é pela sensibilidade das autoridades em relação ao bem-estar animal e ao impacto ao económico que a decisão pode gerar.

Conclusão

A retirada do milho do confinamento Ramax expõe os desafios enfrentados por produtores e empresas do setor agropecuário diante de questões jurídicas e econômicas. O caso é um alerta sobre a importância de decisões equilibradas, que levem em conta não apenas os direitos legais, mas também o bem-estar dos animais e o impacto social e econômico sobre as comunidades envolvidas.

Fonte: Rádio Tucunare e Acesse Notícias

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