Juara, um dos principais municípios do Vale do Arinos, pode nos próximos dias, enfrentar uma nova realidade: a iminente decretação de emergência hídrica, motivada pela seca severa que assola a região.
A escassez de água, que já afeta o município, tem se intensificado devido ao elevado consumo por parte da população, que tenta minimizar os impactos da fumaça e poeira causadas pela estiagem prolongada. Além disso, a necessidade de manter plantas e jardins irrigados contribui ainda mais para a pressão sobre os recursos hídricos.
O córrego Alcebíades, principal fonte de captação de água para Juara, está com níveis críticos, o que coloca em risco o abastecimento regular para a população. A concessionária “Águas de Juara” já comunicou à prefeitura a gravidade da situação, e fontes ligadas à administração municipal indicam que o prefeito Carlos Sirena pode assinar a qualquer momento o decreto que estabelece a emergência hídrica.
Vale lembrar, que foi graças as denúncias feitas ao Ministério Público questionando a legalidade do aditivo contratual da Prefeitura de Juara com a Concessionaria e que foi solucionado na semana passada, que deu causa a paralização da empresa Concessionária em prosseguir com as obras de captação do Rio Arinos. Essa mudança da captação é uma das obrigações contratuais da empresa no aditivo questionado, cujas obras já deveriam estar adiantadas, mas devido as denúncias, a empresa paralisou e esse atraso causa agora, uma crise hídrica no abastecimento.
Caso o decreto seja formalizado, diversas restrições serão impostas ao uso de água tratada. Será proibido o uso de mangueiras para lavar fachadas, calçadas, pisos, muros e veículos, além do enchimento de piscinas. Essas medidas são essenciais para preservar o pouco recurso hídrico disponível até que a situação se normalize.
A Gravidade da Situação na Região
A seca que atinge Juara não é um caso isolado. Outros municípios do Vale do Arinos, assim como do Norte do Mato Grosso, já decretaram estado de emergência hídrica por 90 dias, como forma de implementar ações urgentes para mitigar os efeitos da estiagem. A falta de chuvas tem sido uma preocupação constante, com os córregos e rios da região apresentando níveis muito abaixo do esperado para essa época do ano.
Em Juara, a esperança de que a famosa “chuva do caju” – que tradicionalmente ocorre nos primeiros dias de setembro – possa trazer algum alívio é grande. No entanto, a imprevisibilidade desse fenômeno meteorológico significa que o município não pode contar exclusivamente com isso para resolver o problema.
Impactos para a População e Medidas Necessárias
Com a decretação da emergência, além das restrições ao uso da água, a prefeitura deverá adotar outras medidas para garantir o abastecimento mínimo à população. Isso pode incluir a intensificação das campanhas de conscientização sobre o uso racional da água, a fiscalização rigorosa das novas regras e, em casos extremos, a distribuição de água por meio de caminhões-pipa nas áreas mais afetadas.
Além das ações imediatas, a situação atual destaca a importância de investimentos em infraestrutura hídrica e a necessidade de políticas públicas voltadas para a gestão eficiente dos recursos hídricos.
A crise hídrica em Juara serve como um alerta não só para a população local, mas para toda a região, sobre os desafios que as mudanças climáticas e a degradação ambiental impõem.
A iminente decretação de emergência hídrica em Juara reflete a gravidade da situação enfrentada pela região em decorrência da seca severa. Enquanto a população espera pela chuva do caju, medidas urgentes são necessárias para garantir o abastecimento de água e evitar um colapso no sistema de captação. A conscientização e a colaboração de todos os moradores serão fundamentais para superar esse período crítico, até que a normalidade possa ser restabelecida.