Juara – Mato Grosso

28 de setembro de 2025 19:33

Ministério da Saúde passa a recomendar mamografia a partir dos 40 anos

O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (23), mudanças importantes no protocolo de rastreamento do câncer de mama pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A partir de agora, mulheres entre 40 e 49 anos também poderão realizar mamografia mesmo sem apresentar sintomas ou histórico familiar da doença. Até então, a recomendação era de início somente aos 50 anos.

A decisão foi tomada porque esse grupo etário representa cerca de 23% dos diagnósticos de câncer de mama no país. Segundo a pasta, oferecer o exame de forma antecipada pode aumentar as chances de cura por meio da detecção precoce. O encaminhamento para a mamografia nessa faixa etária será feito em conjunto com o médico ou profissional de saúde, após avaliação individual sobre riscos e benefícios.

Em 2024, mais de 1 milhão de mulheres com menos de 50 anos realizaram mamografias pelo SUS, o que correspondeu a 30% do total de exames do tipo.

Ampliação do rastreamento ativo

Outra mudança é a extensão da idade máxima para o rastreamento ativo, que passa de 69 para 74 anos. Esse modelo prevê a realização da mamografia de forma preventiva, a cada dois anos, mesmo sem sinais da doença. Dados do ministério apontam que aproximadamente 60% dos casos de câncer de mama ocorrem entre 50 e 74 anos, faixa que agora terá cobertura ampliada.

O câncer de mama é o tipo mais frequente entre mulheres no Brasil e também o que mais causa mortes, com 37 mil casos anuais. Em 2024, o SUS registrou cerca de 4 milhões de exames de rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos.

Carretas da saúde da mulher

O governo também apresentou um novo reforço na infraestrutura: 27 unidades móveis vão percorrer 22 estados dentro do programa Agora Tem Especialistas. Essas carretas oferecerão consultas, exames e pequenas cirurgias, com expectativa de realizar 120 mil atendimentos em outubro, mês da campanha Outubro Rosa. O investimento previsto é de R$ 18 milhões.

Entre os serviços, estarão disponíveis mamografia, ultrassonografia, biópsias de mama, colposcopia e atendimentos médicos presenciais e por telemedicina.

Kits de biópsia e novos medicamentos

Para qualificar o diagnóstico, o Ministério da Saúde anunciou a compra de 60 kits de biópsia estereotática, equipados com tecnologia de imagem 2D e 3D. Esses aparelhos aumentam a precisão do exame e reduzem a necessidade de repetição do procedimento.

Outra medida é a incorporação de novos medicamentos ao SUS a partir de outubro. Entre eles, o trastuzumabe entansina, indicado para pacientes que ainda apresentam sinais da doença após quimioterapia pré-cirúrgica, e os inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe), voltados ao tratamento de casos avançados ou metastáticos com receptores hormonais positivos ou negativos.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, as medidas aproximam o Brasil de protocolos adotados em países desenvolvidos e reforçam o compromisso de ampliar o diagnóstico precoce e o cuidado integral às mulheres brasileiras.

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