Juara – Mato Grosso

29 de março de 2024 10:59

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Professor do Instituto Aruandê de Juara receberá Homenagem pelos serviços prestados no combate ao racismo e valorização da população negra

O Valdeson Paula Portela é funcionário público e recebeu um convite do Instituto de Mulheres Negras (Imune MT) para participar do evento dia 21 de março “Agitando a Resistência Negra  2ª Edição, onde receberá um troféu de reconhecimento e homenagem pelo serviços prestados ao Brasil no combate ao recismo e valorização da população negra, defendendo as Políticas Públicas Afirmativas, encorajamento e inclusão dessas populações em todas as áreas e segmentos da nossa sociedade.

O Instituto de Mulheres Negras – IMUNE possui 19 anos de atuação; e tem por missão empoderar mulheres negras por meio de ações educativas e culturais para atuar nos diversos segmentos como estratégia de enfrentamento ao racismo, à violência e às desigualdades.

“Agradeço a Prefeitura de Juara em nome do Prefeito Carlos Sirena e a Secretaria Municipal de Educação na qual sou professor.”

 

Valdeson nos conta um pouco de sua história:

Como professor de capoeira refiz a minha história e, com a Capoeira, novas oportunidades de trabalho e reconhecimento, pela identidade de “Professor Modelo” (meu nome na Capoeira), mesmo antes de ter concluído o Ensino Médio. Essa identidade me levou a valorizar os estudos para ocupar os espaços escolarizados com a capoeira.

Em meados de 2001, recebi convite para vir à Juara para atuar nos projetos sociais em especial Projeto Xané, que oportunizou consideravelmente a ampliação dos grupos de capoeira e o reconhecimento de seus instrutores, professores e mestres na época: “O Programa Xané surgiu em 1995 no estado de Mato Grosso, pela Seduc com objetivo de minimizar o fracasso escolar.

Deste então vim atuando nos projetos sociais em Juara e região do Vale do Arinos, como funcionário púbico efetivado em 2004, sempre busquei fazer o meu melhor e parceria para realização de mais de 19 eventos Municipais, estaduais e nacional.

Por inúmeras vezes nos espaços que dava aula e na realização dos eventos de capoeira percebia um certo descaso e inviabilidade da capoeira comparado com outras modalidades, neste sentido, fui buscar entender de outra forma, estudando.

Deste modo, busquei concluir a Educação Básica e adentrar ao Ensino Superior na Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Juara. Neste processo é que fui aprender a estar em outra situação, de posse de instrumentos teóricos para entender o processo das manifestações de preconceitos e discriminação raciais na sociedade brasileira e que, no mestrado, imbuído de novas leituras, permitiu-me entender esse processo de construção de uma nação cujas teorias raciais tiveram forte influência e, para além da escravidão, a desigualdade que ainda nos atinge perpassa questões que vão muito além do que as discussões de classe conseguem explicar. Durante o período da pós-graduação, na vivência com movimentos negros dentro e fora da universidade, em Cuiabá ou interior do estado, e com grupos de pesquisas voltados à temática racial, amplia-se minha sensibilidade para “além de sentir” e ser, por vezes, discriminado. Esta aproximação me proporcionou ver uma realidade da qual faço parte e ao mesmo tempo me torna muito mais instrumentalizado para tomar posse de outros espaços, pois também é parte de um encorajamento para minha identidade.

Em 2012, passamos mudar a forma de organizar evento com parceria da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Prefeitura Municipal de Juara-MT, escolas municipais e estaduais com o Instituto Aruandê Casa de Umbanda Mãe Maria, passamos organizar o evento chamado Kalunga que já está em sua 9º edição.

O objetivo do Kalunga deste do seu início é construir um espaço de discussão e de apresentações culturais, que evidenciem as diferentes manifestações de origem indígena e afro-brasileira, para a afirmação da sua identidade étnico-racial, através da valorização da história e da cultura da população negra e indígena. A partir desses trabalhos passaram ganhar mais relevância em nossa caminhada, mais força, sentido e significado, foram várias apresentações e artigos escritos que ganharam o mundo e, por meio de dessas ações educativas e culturais que atua nos diversos segmentos como estratégia de enfrentamento ao racismo, à violência e às desigualdades que nos rendeu o troféu de reconhecimento e homenagem, pelos relevantes serviços prestados ao Brasil no combate ao racismo e valorização das populações negras, defendendo as Políticas Públicas Afirmativas, encorajamento e inclusão dessas populações em todas as áreas e segmentos da nossa sociedade.

Esse troféu é de várias mãos, pois é trabalho coletivo de muitas pessoas envolvidas, sou grato a cada aluno, aos professores aos mestres que na trajetória estendeu a mão e caminhou junto. Por mais que eu agradeça por ter ganhado tantos ensinamentos, ainda me faltam agradecimentos por viver a filosofia na vida e em vida com a capoeira.

Fonte: Diretoria de imprensa da prefeitura de Juara

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