Em uma sessão inédita realizada na noite desta quinta-feira, a maioria absoluta dos nove parlamentares da Câmara de Vereadores de Porto dos Gaúchos decidiu pela cassação do mandato do vereador Claudiomar Braun. A decisão veio após a aprovação do relatório da Comissão Processante, que investigava acusações de suposta homofobia contra o presidente da casa, vereador Leandro Bucke, do MBD.
Em entrevista ao repórter correspondente da rádio Tucunaré em Porto dos Gaúchos, Roseno Barros, Claudiomar Braun contestou as acusações. “Isso aí foi orquestrado pelo presidente Leandro, a fim de se promover, e fizeram o circo lá e botaram eu dentro, e todo mundo sabe disso aí, cadê os áudios, as provas que ele falou que teve, que até agora não apareceram, só foi gente do grupo político as provas deles.”
Questionado sobre a acusação de homofobia, Braun foi enfático em sua negação. “Com certeza. Moro aqui desde 84 e convivo por todos, indiferente de sexualidade, cor e raça, todo mundo sabe do meu perfil.”
Sobre o voto de seu suplente a favor da cassação, Claudiomar lamentou a falta de diálogo. “Eu queria falar com ele várias vezes, ele sequer me respondeu. Sentou com outras pessoas, já não atendia mais o meu telefone, já não conseguia falar mais com ele. Eu acho que foi uma tremenda sacanagem.”
Ao ser questionado se considerava a atitude uma traição, Claudiomar foi direto. “Traição, com certeza.”
Quanto ao futuro, o agora ex-vereador afirmou que irá recorrer da decisão. “Com certeza, só não foi impetrado o mandato de segurança, porque eu não sei como funciona lá. Até porque a Câmara segurou e não deu a resposta devida que a minha advogada protocolou na Casa de Leis. E como eles têm a maioria, eles estão fazendo como eles querem, do jeito que eles querem, nega tudo que a gente pede, mas a justiça vai responder por isso aí.”
Claudiomar Braun acredita na possibilidade de reverter a decisão. “A minha advogada acha que tem 90% de chance de reverter, porque colocaram para votar para mim, um cara que ia assumir meu lugar. Então já é nítido e certo que o Waldir ia querer a minha cadeira.”
A cassação de Claudiomar Braun marca um capítulo significativo na política local, gerando debates e reflexões sobre os processos democráticos e a representatividade na Câmara de Vereadores de Porto dos Gaúchos.
