Durante o mês de janeiro e a primeira quinzena de fevereiro, a equipe de reportagem da Rádio Tucunaré recebeu diversos questionamentos sobre a nebulização de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. Para esclarecer as dúvidas da população, foi entrevistada a bióloga Arlete Ramos, do setor epidemiológico da Vigilância Ambiental de Juara.
Arlete Ramos destacou que a principal estratégia tem sido a visita domiciliar, uma vez que a maioria dos criadouros se encontra dentro das residências. “Estamos intensificando esse alerta diretamente com os moradores e promovendo ações de mobilização. Uma vez por mês, nos finais de semana, realizamos visitas a imóveis fechados, onde não conseguimos contato durante a semana”, explicou.
A mobilização também envolve diversos setores da prefeitura. A Secretaria de Meio Ambiente tem intensificado as limpezas e notificações em terrenos baldios, enquanto a Secretaria de Urbanismo realiza ações de limpeza urbana. Além disso, estão sendo feitos “Pit stops” na Avenida Rio Arinos para conscientizar comerciantes, já que as calhas das áreas comerciais têm sido pontos críticos de proliferação do mosquito. No dia 23 de fevereiro, haverá uma mobilização na Praça dos Colonizadores.
Sobre o controle químico, Arlete explicou que o tratamento é realizado diretamente pelos agentes ambientais durante as visitas, utilizando um inseticida biológico chamado BTI, fornecido pelo governo estadual. O BTI é altamente seletivo, agindo contra as larvas do mosquito sem causar riscos à saúde humana ou animal.
A bióloga enfatizou que a nebulização é uma ação complementar e ocorre apenas em áreas com circulação comprovada de mosquitos contaminados, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde. A identificação dessas áreas se baseia nas notificações de casos nas unidades de saúde. “Se um bairro registra poucos casos, como o São João, com apenas quatro pessoas sintomáticas notificadas, a ação se concentra em áreas com maior número de casos confirmados, como outro bairro com 20 notificações”, exemplificou Arlete.
Arlete alertou ainda sobre as limitações da nebulização, que mata apenas os mosquitos adultos em contato direto com o produto no momento da aplicação. “Mosquitos abrigados ou protegidos não são atingidos, e novas larvas continuam se desenvolvendo se houver água parada. Por isso, é fundamental que cada morador elimine os focos dentro de casa e em terrenos próximos”, reforçou.
A Vigilância Ambiental de Juara destaca que a luta contra o Aedes aegypti é uma responsabilidade compartilhada e pede que a população faça sua parte, eliminando criadouros e colaborando com as orientações das autoridades de saúde.
