Aos 71 anos e afastado do futebol desde setembro do ano passado, o técnico Luiz Felipe Scolari garantiu que ainda não pensa em aposentadoria e voltará ao trabalho melhor do que estava. Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, o treinador campeão do mundo com a seleção brasileira em 2002 fez uma análise sobre a carreira e voltou a lamentar que carrega uma grande carga de responsabilidade pela derrota na Copa de 2014.
Felipão está sem trabalhar desde a saída do Palmeiras, embora tenha recebido outras propostas desde então. A última delas foi do Colo-Colo, do Chile. Dirigentes do time alvinegro vieram ao Brasil para negociar com o treinador. Porém, não houve acordo. O técnico não demonstra estar apressado para voltar a arrumar algum emprego e passou os últimos meses observando jogos.
Eu tenho assistido o Campeonato Inglês e os jogos no Brasil. Tenho tempo para examinar os jogos, times e os gols que foram marcados. Eu voltarei melhor do que eu estava antes”, disse Felipão. A entrevista foi feita antes da pandemia do novo coronavírus e o treinador contou que aproveitava o tempo livre na ocasião para passar dois meses com idas diárias à praia. “É a primeira vez que consigo fazer isso em 50 anos”, completou.
Ao analisar a carreira, Felipão disse que a experiência como professor de educação física em escolas o ajudou demais a criar um estilo de trabalho. “Eu sabia da minha influência em fazer as pessoas crescerem, jogarem melhor e ser melhores pessoas nas vidas deles”, afirmou. “Tudo isso que vivi como treinador, eu tinha aprendido na escola como professor”, acrescentou.
Questionado sobre a saída do Palmeiras, que foi marcada por críticas e protestos de membros da torcida organizada, Felipão disse que não sentiu medo dessas manifestações. “Você não pode ficar assustado de pessoas que são fortes quando estão em grupo, mas não são o mesmo quando estão sozinhas”, afirmou.