Na manhã de segunda-feira, 09 de junho, durante 14° Sessão Ordinária, a Câmara Municipal de Juara aprovou por unanimidade a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de apurar denúncias graves envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde e, em especial, o Hospital Municipal.
A reportagem da Rádio Tucunaré e Acesse Notícias entrevistou tres vereadores, inclusive o Vereador Markito autor do requerimento pedindo a CPI, que foi aprovada por unanimidade.
A iniciativa foi motivada por diversas queixas da população e denúncias que chegaram até os vereadores, entre elas a mais recente envolvendo a perda de cerca de 90 amostras de biópsia, das quais 50 teriam sido descartadas sem análise laboratorial e outras 40 ainda estariam aguardando envio para exame.
A presidente da Câmara, vereadora Patrícia Vívian, ressaltou que os casos vão além das biópsias.
“Tem também denúncia de 50 testes do pezinho que foram perdidos, além de diárias e plantões pagos indevidamente. A população precisa de resposta”, afirmou.
A vereadora reforçou que o canal da Câmara está aberto à população e garantiu sigilo para quem denunciar.
“As pessoas podem ficar tranquilas, ninguém vai saber quem fez a denúncia. Queremos dar esse apoio e respaldo a vocês.”
O vereador Luciano Olivetto destacou a ausência de um relatório oficial da transição da gestão municipal como agravante para o cenário atual. Segundo ele, a nova gestão assumiu com dívidas e muitos servidores contratados, dificultando a administração, especialmente na área da saúde. “Todo dia há uma reclamação diferente sobre o hospital: roupa de cama suja, cancelamento de cirurgias, desentendimento entre equipes, sobrecarga de profissionais. E agora, essa denúncia gravíssima envolvendo as biópsias”, disse o parlamentar.
Luciano enfatizou que a Câmara sempre garantiu recursos para o hospital e que a responsabilidade técnica dos procedimentos deve ser apurada.
“Não queremos caça às bruxas, mas sim garantir os direitos da população a um atendimento digno”, concluiu.
O vereador Heraldo Marquinhos (Markito), autor do requerimento de abertura da CPI, também se manifestou indignado com a situação.
“Alguns exames são de pessoas que já faleceram e a família nem sabe do que morreu. Outros seguem sem diagnóstico. Isso é desumano”.
Ainda durante a sessão, o vereador sugeriu a criação de uma sala para vereadores dentro do hospital, como forma de aumentar a fiscalização e aproximar o Legislativo das demandas da população. Ele também relembrou dificuldades enfrentadas na legislatura passada, quando, segundo ele, havia receio por parte dos servidores em relatar os problemas internos.
Com a aprovação da CPI, será realizado sorteio para definição dos membros que irão compor a comissão. A Rádio Tucunaré acompanhará todas as etapas do processo, trazendo informações atualizadas à população de Juara.
A criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a saúde pública em Juara reflete o momento crítico.
A presidente da Câmara, vereadora Patrícia Vívian, lembrou que já se passaram seis meses da nova administração e que os problemas persistem: “A casa já deveria estar em ordem. Precisamos parar tudo, arrumar e só depois seguir. Do jeito que está, não dá”, afirmou.
Ela também chamou atenção para o acúmulo de denúncias recebidas diariamente pelos parlamentares: “Todo dia são 5, 6, 7 denúncias no nosso telefone. A população está clamando por respostas”, declarou.
Para Luciano Olivetto, a situação exige ação firme e fiscalização rigorosa. “A gestão atual recebeu a prefeitura com sérios problemas financeiros e operacionais, mas a população não pode continuar pagando por isso. Já passou da hora de responsabilizar quem está falhando”, disse. Ele também alertou sobre a possibilidade de novas CPIs em outras secretarias, como a de Infraestrutura, devido à ineficiência na coleta de lixo e nos serviços de tapa-buraco: “Secretarias com orçamento maior que há quatro anos e ainda não entregam o básico”, criticou.
Já o vereador Markito reforçou que o objetivo da CPI é esclarecer o que aconteceu com os exames e outras possíveis irregularidades. Ele também mencionou o histórico de resistência enfrentado por vereadores que tentaram fiscalizar gestões anteriores. “Na época que investigamos o HM, sofremos pressão, teve manifestação organizada contra nosso trabalho. Muitos servidores tinham medo de falar”, relatou.
Markito também defendeu que a Câmara atue mais diretamente no Hospital Municipal, inclusive com espaço físico para vereadores:
“A gente está todos os dias lá, recebendo denúncias. Por que não ter um espaço para ajudar de verdade?”, sugeriu.
A expectativa agora é que os membros da comissão sejam escolhidos de forma democrática e comprometida. Os vereadores reiteraram que a CPI não será usada como instrumento político, mas como ferramenta para garantir o direito da população a um serviço público eficiente e humanizado.
A Rádio Tucunaré continuará acompanhando o andamento da comissão, ouvindo autoridades, população e profissionais da saúde, em compromisso com a transparência e o interesse público.























































































