Presa de 29 anos, condenada a mais de 100 anos de prisão, Angélica Saraiva de Sá, conhecida como Angéliquinha é apontada como uma das novas líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso.
Investigações apontam que ela assumiu o lugar de Luciano Mariano da Silva, conhecido como “Marreta”, após o preso se converter e ir para a ala evangélica da Penitenciária Central do Estado (PCE). A conversão aconteceu após ele matar o colega de cela, Paulo Cesar dos Santos, o “Petróleo”, outro líder da facção, no final do ano passado. A Polícia Civil já pediu a transferência de Angéliquinha para uma Penitenciária Federal de Segurança Máxima. É o primeiro pedido envolvendo uma mulher em Mato Grosso. Ela está na Penitenciária Feminina Maria do Couto May, em Cuiabá.
Delegado municipal de Alta Floresta, Pablo Carneiro afirma que a prisão não foi obstáculo para que Angélica comandasse todo o comércio de entorpecente em Alta Floresta e demais municípios da região, que era a área do Marreta. “Pela apuração, pode-se afirmar que ela teve uma rápida ascensão na estrutura da facção por conta de seu perfil cruel, frio e calculista, agindo sem nenhuma piedade diante àqueles que ela vê como um obstáculo na busca do monopólio e domínio do comércio de drogas no extremo norte”, destacou.
O delegado foi quem coordenou a investigação e representou pelos pedidos de prisões dos membros da quadrilha que ordenaram execuções e são responsáveis pelos crimes nos municípios das Regiões Integradas de Segurança Pública de Juína e Alta Floresta.
Investigações
No segundo semestre de 2019, houve uma concentração de esforços por parte da PM e da Polícia Civil no combate ao tráfico de drogas em Alta Floresta. Foi constatado na época que a maior parte dos entorpecentes que chegava à região era proveniente de ações coordenadas por Marreta.
Depois de muitas investidas policiais, o grupo sofreu um abalo financeiro, o que fez com que o líder do DV perdesse o controle do tráfico na região, sendo o comando assumido por outro grupo, liderado por Angéliquinha.
A polícia aponta que ela escolheu Alta Floresta como “cidade polo” para concentrar as ações da organização criminosa, sobretudo a distribuição de entorpecentes, pela posição geográfica privilegiada da cidade, que possui conexão em diferentes rotas com outros municípios.
Juína
O delegado regional de Juína, Carlos Francisco de Moraes, destacou que o grupo migrou para a região de Juara e Juruena, inclusive um dos suspeitos está sendo investigado como autor de três homicídios na cidade de Juara. “Eles queriam impor a facção criminosa, se estabelecendo por meio da violência. Nós apreendemos em operações anteriores armas de fogo, como metralhadora e pistolas. Essas investigações geraram a informação que essas pessoas faziam parte e integravam essa organização criminosa e isso tudo vinculado às pessoas que estavam sendo investigadas em Alta Floresta”.
Para ele, o resultado da Operação Vitae III é satisfatório por prender integrantes da facção criminosa e também pela expectativa de que esse baque possa diminuir índices de criminalidade e violência na região, sobretudo, os crimes de homicídios, roubo e furto. (Com assessoria/Sesp)