Os Estados Unidos manifestaram profunda preocupação ao governo de Israel após um ataque aéreo em Rafah, segundo comunicado do Departamento de Estado nesta terça-feira. Washington informou que acompanhará de perto os resultados da investigação israelense.
Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado, destacou que as operações militares conduzidas por Israel em Rafah até agora não foram tão intensas quanto aquelas no centro ou norte de Gaza. O governo Biden tem alertado Israel repetidamente contra o lançamento de uma ofensiva militar de grande escala em Rafah.
A ofensiva israelense em Rafah, que já dura três semanas, gerou nova indignação após um ataque aéreo no domingo que provocou um incêndio em um acampamento no distrito ocidental, resultando na morte de pelo menos 45 pessoas. Israel declarou que o alvo era um complexo com dois importantes agentes do Hamas, sem intenção de causar vítimas civis.
Líderes globais expressaram horror com o incêndio em uma “zona humanitária” de Rafah, onde famílias desalojadas buscaram refúgio. Miller enfatizou que Israel deve evitar ataques em áreas designadas como seguras, para onde os civis foram direcionados. “Israel disse que não foi o que aconteceu, mas estamos profundamente tristes pela trágica perda de vidas em Rafah no fim de semana”, afirmou Miller.
“Israel tem o direito de perseguir terroristas do Hamas responsáveis pelo assassinato de civis, mas também tem a obrigação de minimizar os danos civis durante suas operações. O Hamas deve parar de se esconder atrás de civis em Gaza”, acrescentou Miller, ressaltando que a situação humanitária em Gaza permanece extremamente desafiadora.
Nesta terça-feira, autoridades de saúde de Gaza relataram que um bombardeio de tanques israelenses em um acampamento de desabrigados a oeste de Rafah matou pelo menos 21 pessoas.
Os EUA continuarão a insistir para que Israel cumpra integralmente o direito humanitário internacional, reduza o impacto sobre civis e aumente o fluxo de ajuda humanitária, concluiu Miller.