O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (28) que a Microsoft deveria demitir Lisa Monaco, atual presidente de assuntos globais da empresa. Ela ocupou cargos estratégicos nas administrações dos democratas Joe Biden e Barack Obama.
A declaração foi feita em sua rede Truth Social, um dia após o indiciamento do ex-diretor do FBI James Comey, em meio a uma série de medidas de Trump contra pessoas que considera inimigos políticos.
Monaco foi vice-procuradora-geral no governo Biden e assessora de segurança no governo Obama. Também teve papel de destaque na coordenação da resposta do Departamento de Justiça aos ataques de 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio.
Em julho deste ano, ela assumiu posição na Microsoft, responsável por liderar os compromissos globais da companhia com governos.
Trump escreveu que Monaco representa “uma ameaça à segurança nacional dos EUA, especialmente devido aos grandes contratos que a Microsoft tem com o governo americano”. Ele ainda defendeu: “Na minha opinião, a Microsoft deveria rescindir imediatamente o contrato de trabalho de Lisa Monaco”.
Na sexta-feira (26), o presidente alegou que Monaco estaria proibida de entrar em propriedades federais por “muitos atos ilícitos”, sem apresentar provas.
Microsoft não comenta
A Microsoft se recusou a comentar a declaração, e Monaco não respondeu de imediato.
Contexto político
A ofensiva ocorre em meio a um movimento mais amplo de Trump contra ex-autoridades e críticos. Além de Comey, também foram citados como alvos o ex-conselheiro de segurança John Bolton, a procuradora-geral de Nova York Letitia James e o senador democrata Adam Schiff.
O governo Trump vem ampliando sua atuação direta em empresas privadas, pressionando executivos e influenciando decisões internas. Satya Nadella, CEO da Microsoft, participou recentemente de um jantar com Trump e outros líderes de tecnologia na Casa Branca.