Juara – Mato Grosso

26 de abril de 2024 16:25

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Casos de “doença do beijo” aumentam depois do Carnaval

Carnaval e blocos de rua costumam atrair um público que, além da música, busca também beijar na boca.

É nesta época que aumenta a incidência da chamada ‘doença do beijo’ e de outras infecções transmissíveis pela saliva, afirma a infectologista Raquel Muarrek.

A mononucleose, uma contaminação viral, é conhecida como doença do beijo por ser transmitida pela saliva. Raquel lembra que compartilhamento de copos e talheres também pode transmitir a doença.

A doença causa dor de garganta, fadiga, cansaço, febre, perda de peso e aumento dos gânglios linfáticos. É causada pelo vírus Epstein-Barr. O tratamento consiste em hidratação e repouso.

“A gente recomenda que não compartilhe copo e não beije. A pessoa pode ficar até um ano transmitindo a doença”, afirma a médica.

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Outra doença transmissível pela saliva é o citomegalovírus, que possui quadro clínico muito parecido, com a diferença de não apresentar dor de garganta e ter um quadro de febre prolongado.

Segundo o Manual Merck de Diagnóstico e Tratamento, o vírus fica hospedado no corpo do por toda a vida e os sintomas podem reaparecer com queda da imunidade.

Herpes

Outro vírus que permanece no corpo após a contaminação é o da herpes. “O tipo 1 é que podemos pegar pela boca.”, afirma Raquel.

A transmissão pode acontecer mesmo quando as lesões características da doença não estão aparentes, de acordo com o Manual Merck.

A infectologista explica que a pessoa que foi contaminada pode levar até sete dias para apresentar a primeira infecção e até 30 dias para apresentar virologia positiva no exame de sangue.

Segundo Raquel, apenas 15% dos contaminados apresentam herpes recorrente — o restante das pessoas só vai apresentar sintomas quando a imunidade estiver baixa.

Sífilis

Apesar de a transmissão pelo beijo ser incomum, aumentam os registros de casos de sífilis após o Carnaval. A bactéria também pode ser transmitida por sexo oral.

Diferente das outras, virais, esta doença é causada por uma bactéria, Treponema pallidum. Ela é dividida em três estágios.

“No primário, o sintoma é a ferida na região genital. Apesar de incomum, já vi na boca também”, afirma.

A sífilis secundária apresenta manchas na pele e na mucosa da boca e pode apresentar febre. No terciário pode levar à meningite ou miocardite. O tratamento é feito com antibióticos (injeções de penincilina).

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Caxumba

Por último, Raquel lembra da caxumba. “Apesar de ser uma doença com vacina, tivemos um surto em 2018 e 2019. Por isso é importante manter a carteira vacinal em dia”, afirma.

A doença pode ficar até 25 dias incubada e começar a ser transmitida até sete dias antes dos primeiros sintomas. O mais conhecido é o inchaço na região do pescoço, mas também apresenta cansaço e febre.

“É uma doença grave, pode levar a orquite [aumento da bolsa escrotal], pancreatite, meningite e até perda auditiva e da visão, já que afeta a parte neurossensorial.”

É possível pegar herpes em copos e talheres? Sim. O dermatologista Caio Lamunier, do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que o compartilhamento imediato de copos, talheres e até de maquiagem com uma pessoa com a manifestação da herpes pode transmitir o vírus. Além disso, copos e talheres mal lavados, que foram utilizados durante a manifestação da doença, também podem conter o vírus, mas só são meios de transmissão se usados em sequência, por conta da sobrevivência do vírus fora do corpo.

O vírus da herpes está no ar? Não. O dermatologista afirma que o vírus da herpes, com exceção da herpes zóster, não sobrevive ao ar. O herpes comum, que afeta lábios, pele e genitais, só é transmissível por meio do contato.

A herpes só aparece nos lábios? Não. O vírus comum da herpes pode aparecer na pele, lábios e genitais, podendo afetar nervos de todo o corpo. O dermatologista afirma que as manifestações nos lábios e nos genitais são mais frequentes por se tratarem de peles mais finas. A herpes comum tem dois tipos. A tipo 1 afeta da cintura para cima. Já a herpes tipo 2 afeta da cintura para baixo, atingindo principalmente os órgãos genitais. Entretanto, o médico afirma que os tipos estão aparecendo em extremidades contrárias, devido ao contato com a parte afetada  .

Qual a diferença entre herpes comum e herpes zóster? O dermatologista afirma que a herpes zóster é o mesmo vírus da catapora e causa mais danos que a herpes comum. Enquanto o vírus da herpes simples pode afetar vários nervos em pontos diferentes, o da herpes zóster afetará só um nervo, tendo seu ataque totalmente concentrado nele — por isso se manifesta em uma faixa, percorrendo toda a área do nervo afetada —e podendo causar dor crônica naquele nervo.

Qual a melhor maneira de disfarçar uma herpes? Para Lamunier, a melhor maneira para diminuir o machucado é por meio de antivirais próprios. Entretanto, o médico recomenda que, para disfarçá-la a maquiagem pode ser utilizada desde que a aplicação seja feita com o dedo para que não contamine o produto e os pincéis. Segundo ele, uma mesma pessoa já com o vírus pode levar a herpes de um nervo para outro.

 

Fonte: R7

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