Juara – Mato Grosso

28 de março de 2024 11:25

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Os efeitos do paracetamol na personalidade 28 de março de 2020

O efeito hepatotóxico do paracetamol era conhecido, mas não havia registros de que causasse alterações na personalidade. Um estudo da Universidade de Ohio abordou esse tema.

Um estudo confirmou os efeitos do paracetamol na personalidade dos pacientes que fazem uso desse medicamento. São efeitos inesperados que, até então, eram desconhecidos. Especificamente, o paracetamol pode causar uma diminuição da empatia positiva.

Este medicamento, também chamado de acetaminofeno, alivia as dores leves ou moderadas e os estados febris. Portanto, é amplamente utilizado por suas propriedades antipiréticas e analgésicas. 

Assim como outros medicamentos, o paracetamol pode causar vários efeitos colaterais indesejados, que podem ser esperados quando iniciamos o tratamento. Entretanto, até agora, só havia registros de efeitos colaterais hepatotóxicos quando o mesmo era consumido em doses altas.

Estudos que confirmam os efeitos do paracetamol na personalidade

Até agora, o paracetamol foi considerado útil no controle da dor física e mental. Pesquisas recentes da Ohio State University (Estados Unidos) deram um passo adiante.

Em um novo estudo, os pesquisadores descobriram um novo efeito colateral que antes era desconhecido: o paracetamol pode reduzir as emoções positivas.

Dois estudos foram realizados com estudantes da mesma universidade.

Os efeitos do paracetamol na personalidade

Primeiro estudo

O primeiro deles incluiu 82 participantes. Metade deles tomou uma dose aguda de 1 grama de paracetamol e a outra metade tomou um placebo. Depois de aproximadamente 1 hora, eles receberam uma série de fotografias selecionadas para provocar respostas emocionais. Havia três tipos de fotografias:

  • Muito desagradáveis: crianças desnutridas, por exemplo.
  • Fotos neutras: sem um componente emocional claro.
  • Imagens agradáveis.

Depois de visualizar cada foto, eles tiveram que classificá-las em uma escala de gosto/não gosto, com valores de -5 a 5 em cada foto, e, em seguida, medir a resposta emocional que tiveram em uma escala de 0 a 10. Como resultado, os participantes que tomaram a dose de 1 grama de acetaminofeno classificaram as fotografias como menos extremas do que aqueles que tomaram o placebo. O mesmo aconteceu com as suas emoções.

Segundo estudo sobre os efeitos do paracetamol

Após os resultados acima, os pesquisadores fizeram um segundo estudo no qual apresentaram as mesmas fotos a 85 pessoas. Elas foram convidadas a fazer os mesmos julgamentos de avaliação e reações emocionais que no estudo anterior. No entanto, neste segundo estudo foi acrescentado mais um componente para confirmar que o paracetamol afeta apenas as emoções, e não os julgamentos em geral.

Para isso, os participantes foram convidados a avaliar, além dos testes anteriores, quanto de azul eles viam em cada foto. Novamente, os indivíduos que tomaram paracetamol – em comparação ao placebo – tiveram diferentes avaliações e reações emocionais. Tanto nas fotos negativas quanto nas positivas, eles foram praticamente neutros em suas expressões.

No entanto, os julgamentos sobre o conteúdo em azul foram semelhantes, independentemente de os participantes tomarem o medicamento do estudo ou não. Os resultados sugerem que o paracetamol afeta nossas avaliações emocionais, mas não tem efeitos nos nossos julgamentos gerais.

Conclusão

No momento, os pesquisadores não sabem se outros analgésicos, como o ibuprofeno e a aspirina, têm o mesmo efeito, embora essa questão esteja sendo planejada para futuros estudos.

O paracetamol, ao contrário de muitos outros analgésicos, não é um medicamento anti-inflamatório não esteroide (AINE). Isso significa que ele não controla a inflamação no corpo. No entanto, ainda não se sabe se esse fato tem alguma relevância para os possíveis efeitos emocionais dos medicamentos.

Neste estudo, o paracetamol pode ter tirado proveito da sensibilidade que leva algumas pessoas a reagir de maneira diferente a eventos de vida positivos e negativos, confirmando os efeitos na personalidade. De qualquer forma, novas pesquisas devem ser conduzidas para confirmar ou descartar esses efeitos.

Como sempre indicamos, o médico deve ser sempre consultado, porque somente ele poderá indicar os benefícios e contraindicações de cada medicamento para cada caso específico.

Fonte: R7

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