A FNP (Frente Nacional de Prefeitos) e mais de 100 chefes de Executivo de municípios do país se reúnem nesta quinta-feira (14) com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para debater pontos emergenciais para o início da vacinação contra covid-19. A pauta inclui assuntos como calendário de imunização, planejamento e logística de aquisição e distribuição de insumos.
O grupo será encabeçado pelo presidente da FNP, o prefeito de Campinas (SP), Jonas Donizette (PSB), que estará na sede do Ministério em Brasília para a reunião, marcada para as 10h30. A expectativa é que também participem de forma virtual mandatários de todas as capitais do país e de cidades médias.
Donizette afirmou ao R7 que há dois objetivos principais no encontro. O primeiro é colocar a estrutura das cidades à disposição do ministério, já que agentes do SUS (Sistema Único de Saúde) em nível local serão os responsáveis pela aplicação das vacinas, como hoje já acontece em relação a imunizantes contra outras doenças.
O segundo objetivo é criar um canal de comunicação com o ministério específico sobre covid-19, para que as cidades possam apontar suas dificuldades e estabelecer uma agenda de reuniões periódicas com técnicos da pasta para, dessa forma, colocar de pé o esquema da vacinação.
Donizette afirma que a União e estados acabaram centralizando o debate em torno da vacina, o que deixou os municípios mais afastados da discussão. “Os prefeitos querem participar e saber o que está acontecendo. Na briga do rochedo com a maré, quem sofre é o marisco”, afirmou.
Os prefeitos também desejam saber datas, ainda que a FNP não coloque esse como o principal objetivo do encontro. “Queremos um posicionamento urgente sobre como e quando se dará a imunização dos brasileiros”, afirmou Donizette no Twitter na quarta-feira (13).
A FNP reúne as 406 cidades do país com mais de 80 mil habitantes, o que representa todas as capitais, 61% da população e 75% do PIB do Brasil.
Início em janeiro
Também na quarta, o ministro Eduardo Pazuello garantiu que a vacinação será iniciada em janeiro. “Vamos vacinar em janeiro”, afirmou durante pronunciamento em Manaus (AM), ao destacar que serão usadas 8 milhões de doses dos imunizantes desenvolvidos pela Universidade de Oxford/AstraZenca e pelo Instituto Butantan/Sinovac.
A Anvisa anunciou que fará reunião de diretoria colegiada no domingo (17) para decidir sobre pedidos de uso emergencial das vacinas Coronavac e de Oxford/AstraZeneca. O início da vacinação no país depende do aval do órgão regulador.
Ainda que o aval não tenha sido dado até o momento, o Ministério da Saúde planeja um evento para marcar o começo da vacinação na próxima terça (19), data em que governadores devem se reunir com Pazuello em Brasília.