Um entendimento da proteção imune daqueles que já foram expostos à covid-19 é essencial para a criação de uma vacina e organização da saúde pública rumo ao fim da pandemia.
Uma nova pesquisa utilizando macacos, publicada em nesta quarta-feira (20) pela revista Science, mostra que a infecção por coronavírus induziu, por meio do organismo, a proteção necessária para evitar a recontaminação. Ou seja, ficaram imunes e não foram contaminados novamente.
Para obter os resultados, os pesquisadores infectaram 9 macacos com doses do vírus. Como esperado, todos foram contaminados e passaram a reproduzir o vírus no corpo. Alguns tiveram sintomas e outros não, mas nenhum morreu.
Após 35 dias, a mesma quantidade de vírus foi injetada nos mesmos 9 macacos, mas com resultados diferentes. Nenhum ou quase nenhum vírus foi encontrado em seus sistemas após um dia, e, esse pouco resíduo de covid-19 encontrado foi o mesmo injetado.
Assim, é possível afirmar que o corpo não produziu o vírus, portanto não foi infectado.
O que isso significa
Existe uma preocupação muito grande quanto a capacidade do corpo em produzir anticorpos contra vírus específicos. Alguns, como o HIV, não tem. Portanto, o resultado é essencial para provar que o organismo é capaz de produzir anticorpos contra a covid-19.
Ainda não é possível definir com certeza que o corpo humano tem os mesmos resultados, mas os macacos são escolhidos para fazer os testes por questões de proximidade fisiológica com o nosso corpo. Os testes terão que avançar em humanos para definir se o mesmo se aplica.
Como o teste é recente, não é possível afirmar quanto tempo durarão esses anticorpos, os macacos continuaram sob supervisão para análise.
Encontrar formas de driblar a ansiedade e do estresse tem levado muita gente a se preocupar com a saúde, física e mental. Muitas pessoas têm aproveitado esse período para mudar de hábitos, apostando nas boas horas de sono, fazendo ginástica dentro de casa, dando maior valor aos laços de afeto com os amigos e até variando a dieta.
“Podemos iniciar agora bons hábitos de vida e introduzi-los na nossa rotina. Isso ajudará muito, pois quando voltarmos à vida normal, estaremos mais dispostos a seguir com a vida saudável, o que pode trazer muitos ganhos e prevenir uma série de doenças”, afirma a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance. Veja quais mudanças podem ser feitas agora e mantidas no futuro.
Dê valor à saúde mental
A angústia de ficar em casa (muitas vezes só) pode ter sido um gatilho importante, mas agora é hora de aprender a dedicar mais tempo para o seu bem-estar emocional. “Pratique meditação, mindfullness. Para quem está em casa fazendo home office, a cada 60 ou 90 minutos de trabalho, pare 15 minutos para respirar, tomar um café, ou simplesmente fechar os olhos. O tempo de recuperação é extremamente importante para manejo de estresse”, afirma a Dra. Aline Lamaita, angiologista e membro do American College of Lifestyle Medicine.
“Agora, mais do que nunca, dedique parte do seu dia para fazer o que gosta. Isso ajuda a controlar o estresse e ansiedade em passar tantas horas dentro de casa em isolamento social. Procure práticas de autoconhecimento, como a meditação, ou leia, cozinhe novas receitas”, sugere a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira, ginecologista membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Na falta da rotina, estabeleça uma: “É importante ter uma rotina para não ficar desregrado. Procure ter horário para acordar, de refeições e para dormir. Use seu tempo para coisas que você queria fazer antes e não conseguia ou não teve atitude de começar. Comece algum projeto e procure criar objetivos e prazos para que você cumpra ao longo desse período”, diz o Dr. Paolo Rubez, cirurgião plástico membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Tire o álcool do seu dia
“O consumo de álcool prejudica o organismo através de surtos imediatos e efeitos a longo prazo do envelhecimento, e deve ser evitado”, diz a Dra. Beatriz. “Quem ingere álcool em excesso, sente muita sede, principalmente no dia seguinte. Isso acontece porque o organismo precisa de água para metabolizar o álcool. No entanto, se não houver água suficiente, o organismo busca nos tecidos periféricos a água para realizar o seu trabalho. E esse é o grande problema, pois a perda d’água afeta muitos órgãos, inclusive a pele, diminuindo o viço e colaborando para o ressecamento e a descamação”, explica o Dr. Paolo Rubez. O álcool aumenta o inchaço e sangramento, além de ressecar a pele e piorar a qualidade do sono – o que é extremamente perigoso já que interfere negativamente na imunidade, segundo o Dr. Paolo.
Introduza a atividade física à rotina
“A atividade física é importante para manter o sistema imunológico em dia, pois quando nos exercitamos, temos uma produção maior de linfócitos que são as células de defesa para combater o vírus”, diz o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e médico voluntário no atendimento a casos suspeitos de Covid-19 no Hospital São Paulo.
“Além disso, manter-se ativo traz benefícios na melhora da disposição, humor, perda de peso e saúde cardiovascular”, diz a médica ginecologista Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira. Alguns exercícios podem e devem ser feitos por gestantes, idosos, pessoas sedentárias e crianças. E lembre-se: agora, mais do que nunca, eles devem ser feitos para afastar o risco de trombose, uma condição que ocorre quando um coágulo sanguíneo se desenvolve no interior das veias das pernas devido à circulação inadequada, impedindo, assim, a passagem do sangue.
“Em casos mais raros, o coágulo pode ainda se desprender da parede da veia e correr pela circulação até chegar ao pulmão, causando uma embolia pulmonar que pode até resultar em morte. Permanecer muito tempo parado e sem movimentar as panturrilhas faz com que a velocidade do sangue dentro dos vasos diminua. Além disso, beber pouca água e alimentar-se mal são fatores que dificultam a circulação. Por isso, para evitar o quadro, é essencial caminhar dentro de casa e fazer simples exercícios a fim de minimizar o risco do problema”, diz a angiologista.
Coma saudavelmente
De acordo com a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora da Associação Brasileira de Nutrologia, a alimentação possui um papel fundamental na manutenção e fortalecimento do organismo, pois é responsável por fornecer nutrientes essenciais para as funções orgânicas, inclusive as imunológicas. “Uma alimentação equilibrada, variada, colorida, com alimentos os mais naturais e funcionais possíveis, associada a uma hidratação adequada, certamente vai ajudar o organismo a ter respostas mais favoráveis do sistema imune. Para citar alguns alimentos com funcionalidades, que devem ser incluídos no hábito alimentar para a manutenção da saúde e a prevenção de doenças, podemos listar os vegetais folhosos escuros, os legumes em geral, todos os que nascem para cima da terra e das mais diversas cores, os tubérculos e raízes, as leguminosas, que são as principais fontes de proteínas vegetais, os cereais, particularmente os integrais, as frutas, as sementes oleaginosas, que têm gorduras boas, as carnes magras e os laticínios enriquecidos com probióticos, além de água, água de coco, chás e sucos funcionais”, afirma a médica.
É hora de adotar hábitos saudáveis e evitar o excesso de doces e carboidratos. “Em geral, qualquer alimento que cause inflamação e liberação de radicais livres são danosos para o nosso corpo em geral. Os mais comuns são os carboidratos de menor valor glicêmico como açúcares, massas de farinha branca e alimentos com gordura saturada como as frituras”, afirma a cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo.