A pecuária brasileira tem vivenciado transformações profundas ao longo das últimas décadas, com a adoção de novas tecnologias e aprimoramento genético, resultando em ganhos significativos de produtividade.
Um exemplo claro dessa evolução pode ser observado na redução do tempo necessário para o abate de um boi.
Antigamente, o abate de um animal ocorria aos cinco anos de idade, mas hoje, graças ao avanço das técnicas de manejo e genética, esse processo ocorre em média aos dois anos e meio.
Em entrevista à Rádio Tucunaré e ao Portal Acessenoticias, Jorge Mariano de Souza, presidente do Sindicato Rural de Juara, explicou como a pecuária local se beneficiou dessas inovações.
Segundo ele, as propriedades rurais de hoje são capazes de produzir o dobro do que produziam anteriormente, um feito notável se levarmos em consideração que, no passado, o objetivo era simplesmente engordar uma boiada.
Hoje, no entanto, as propriedades conseguem engordar duas boiadas no mesmo tempo que antes se utilizava para engordar apenas uma.
“Antigamente, a prática se resumia a engordar uma boiada. Hoje, com a tecnologia, conseguimos engordar duas boiadas no mesmo período. O uso da genética melhorada e das tecnologias de manejo revolucionaram o setor”, afirmou Jorge Mariano.
O pecuarista ainda destacou o papel fundamental da genética, que tem sido um dos maiores motores dessa revolução. O gado Nelore, por exemplo, originário da Índia, tem passado por aprimoramentos contínuos no Brasil, e o país tem se tornado um destino para pecuaristas internacionais em busca de gado de alta qualidade.
“A genética do gado Nelore veio da Índia, mas com as inovações tecnológicas e melhoramento genético que estamos aplicando aqui, estamos nos tornando referência mundial. Pecuaristas de outros países estão vindo ao Brasil em busca dos nossos rebanhos”, afirmou o presidente do Sindicato Rural.
Para Jorge Mariano, essa evolução demonstra o quanto a pecuária brasileira cresceu e se modernizou ao longo dos anos. Ele também enfatizou a importância de sempre buscar o aprendizado contínuo, destacando que, embora o setor tenha avançado significativamente, “nunca sabemos tudo, e precisamos aprender mais a cada dia”.
Nesse sentido, ele ressaltou a relevância de eventos como o Acrimat em Ação, realizado recentemente em Juara, que proporciona aos pecuaristas a chance de conhecer novas tecnologias e práticas inovadoras.
“Eventos como o Acrimat em Ação são essenciais para a troca de conhecimentos e a disseminação de inovações. Eles potencializam a capacidade de adaptação do setor e ajudam a manter o Brasil na vanguarda da pecuária mundial”, comentou Jorge Mariano.
Outro ponto importante mencionado por ele foi a integração entre a lavoura e a pecuária, um modelo que tem mostrado bons resultados em Mato Grosso, o maior estado pecuarista do Brasil.
Atualmente, o estado possui cerca de 33 milhões de cabeças de gado, número impressionante considerando o avanço da agricultura na região. “A interação entre a lavoura e a pecuária tem se mostrado cada vez mais forte e eficiente, o que é fundamental para a sustentabilidade do setor”, concluiu o pecuarista.
Com um futuro promissor, a pecuária brasileira segue se modernizando, tornando-se cada vez mais competitiva no mercado internacional. A inovação tecnológica, o melhoramento genético e a troca de conhecimentos estão moldando um setor mais produtivo, sustentável e preparado para os desafios do futuro.