Mais sete pessoas serão julgadas, no mês de março, por suposto envolvimento nas mortes dos acusados Ademir Marques Ramos, Luiz Carlos Andrade dos Santos e João Batista da Silva. O caso, que ficou conhecido como a “chacina de Juara”, ocorreu em janeiro de 1988. As vítimas eram acusadas de um latrocínio ocorrido no mesmo município dias antes do crime e foram mortas a golpes de facão, faca, foices, marretas, machados e pedaços de pau.
Mais de 20 pessoas chegaram a ser acusadas pelos assassinatos. Para evitar pressão no corpo de jurados caso o crime fosse analisado em Juara, o processo penal foi transferido para Sinop. Em 2011, dois júris do caso foram realizados. Nos dois, oito homens foram absolvidos pelo crime. A justiça também já impronunciou outros três suspeitos, decidindo que não havia provas robustas para mandá-los a julgamento, e já decretou a prescrição punitiva em relação a outros quatro acusados.
Os últimos sete réus seriam julgados pelos crimes ainda em setembro de 2020. No entanto, com a pandemia de coronavírus e o fechamento das comarcas em Mato Grosso, houve a redesignação do julgamento para o próximo dia 31 de março.
Os sete são acusados de, juntamente com outras pessoas, terem invadido a cadeia de Porto dos Gaúchos, rendido o carcereiro, e torturado os três presos que foram levados até Juara, onde os assassinatos foram concluídos. As vítimas tiveram seus corpos pendurados, de cabeça pra baixo, em uma trave de campo de futebol que foi construída na praça.
De acordo com a denúncia, Ademir, Luiz e João foram localizados pouco depois de roubarem e matarem o taxista João Batista Câmara, no dia 12 de janeiro de 1988. Na ocasião, foram perseguidos pelos policiais, presos e recambiados, em seguida, para a cadeia de Porto dos Gaúchos “justamente para evitar o linchamento” por parte da população, que estava revoltada com o caso.