A OMS alertou que países que enfrentam a pandemia do novo coronavírus com estratégias muito restritas ainda terão de enfrentar “uma longa e dura batalha” contra o coronavírus. O diretor-geral, Tedros Adhanom, e os especialistas que respondem pela política de emergência da organização foram unânimes em ressaltar que ainda é possível voltar atrás nas políticas atuais e reverter a trajetória de aceleração da pandemia.
“O jeito mais fácil de sair dessa pandemia é seguir a ciência e seguir a estratégia ampla [recomendada pela OMS]”, disse Adhanom, após demonstrar preocupação com os países que adotam ações fragmentadas. “Só o isolamento, não adianta. Só a máscara, não adianta. Só tratamento dos doentes, não adianta. Façam tudo.”
A organização, novamente, evitou dar nomes de países em específico. Hoje, os Estados Unidos, o Brasil, a Rússia e a Índia lideram a lista de números de casos. O Brasil registra uma maior aceleração nos diagnósticos, ao mesmo tempo que os EUA veem seus números voltarem a crescer de forma avassaladora em vários estados. Em comum, estes quatro países têm um território muito grande, com grandes aglomerações populacionais e, ao mesmo tempo, ausência de coordenação nacional nas medidas.
Estratégia ampla inclui testes, rastreamento e isolamento
A OMS vem defendendo desde o início da pandemia uma política abrangente para controlar os contágios por novo cornavírus e diminuir a mortalidade. Esta política é baseada em um tripé de identificação de casos por testes em massa, rastreamento das redes de contatos das pessoas que recebem diagnósticos positivos e medidas de distanciamento social.
Ao final de seis meses de convívio e pesquisa, a organização também reforçou que a comunicação transparente e o engajamento das comunidades nas medidas de prevenção é importante. Ao mesmo tempo, a OMS estimula os países a integrarem a aplicação dos métodos já conhecidos e certificados de tratamento de casos graves em suas redes de saúde para diminuir a mortalidade.
Comentando sobre a situação no Brasil, o diretor do Programa de Emergências da OMS, Michael Ryan, disse que o país enfrenta um duro desafio.
“Encorajamos o Brasil a seguir com medidas amplas e focar em reduzir mortalidade, suprimir as transmissões, garantir que as comunidades estejam capacitadas [a aderir às políticas de prevenção] e que as abordagens do governo como um todo seja de passar a melhor informação possível sempre.”